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A Sterlite Power Brasil entregou mais um projeto de seu portfolio. Dessa vez, a linha de transmissão e subestações associadas ao projeto Marituba, no Pará. Com 344 km de extensão foi classificado como o empreendimento mais desafiador desde que começou a arrematar lotes de transmissão no Brasil, em 2017.

O empreendimento foi colocado em leilão pela Agência Nacional de Energia Elétrica em junho de 2018 como Lote 15, ligando Tucuruí a Marituba. O prazo de conclusão era de 54 meses e investimentos estimados à época em R$ 560,5 milhões.

A subsidiária da empresa indiana ofertou deságio de 32,42% ante a RAP máxima de R$ 91,2 milhões. Foi apenas um dos seis lotes conquistados à época. Agora o empreendimento está operacional, mas com três meses de atraso e essa questão será levada pela empresa à Aneel porque a pandemia de covid-19 atrasou o licenciamento e, consequentemente, toda a obra.

De acordo com o CEO da Sterlite no Brasil, Amitabh Prasad, a perspectiva da companhia era a de que seria possível finalizar a obra com cerca de 400 dias de antecedência. Contudo, houve atraso causado pela pandemia. Ele lembrou que o empreendimento precisava de acesso a comunidades indígenas e quilombolas na região, além de outras negociações usuais ao segmento de transmissão e que envolveram mais de 700 famílias no trajeto.

“Sem o licenciamento os bancos não liberam o financiamento. Com a pandemia não pudemos acessar as comunidades tradicionais daquela região e isso demorou”, relatou ele. “As obras começaram efetivamente em fevereiro de 2022, foram 18 meses, um marco importante para a dimensão do projeto”, destacou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.

Agora a Sterlite vai buscar um waiver junto à Aneel para evitar penalidades por conta desse atraso. Prasad comentou que a própria agência reguladora pediu para que a empresa terminasse o projeto e entregasse para que depois disso fossem apresentados os argumentos e o trabalho realizado pela transmissora nesse caso.

“Em todos os casos que atuamos no Brasil entregamos o projeto com antecedência”, lembrou o CEO. “Começamos o processo de licenciamento de outros projetos ao mesmo tempo que Marituba e entregamos todas as obras antes do prazo. A pandemia nos impediu de acessar aquelas pessoas e ficamos sem a autorização”, acrescentou ele.

Essa obra, inclusive, ressaltou Prasad, será um marco para a companhia. Isso por conta dos demais desafios enfrentados – além do licenciamento. Como por exemplo o vão de quase três quilômetros entre torres de até 150 metros de altura para atravessar rios na região amazônica. O terreno característico do Norte do país que é sedimentar e que, por isso, necessitou de bases de torres mais reforçadas. Bem como, enfrentar uma região muito úmida em boa parte do ano. Para mostrar essas fases, a companhia ainda produziu um documentário sobre a obra mostrando as fases.

O ritmo de trabalho, disse ele, foi acelerado e dividido em diversas frentes, com pico de até 4 mil pessoas na construção e uma média de 800 pessoas alocadas em canteiros de obras ao longo do trajeto. “Sem dúvida foi o mais desafiador que tivemos aqui, fica atrás apenas de um projeto na Índia que estava a 3,5 mil metros de altitude em relação ao nível do mar”, definiu.

O traçado de Marituba atravessou os rios Tocantins, Acará e Guamá e para a montagem de torres foram aplicadas técnicas como a utilização de embarcações para o transporte de estruturas e materiais que realizaram a travessia dos cabos por dentro da água, desviando o tráfego fluvial.

Para o futuro, Prasad reafirmou que a Sterlite não participará do leilão do linhão HVDC de dezembro e que não estão com pressa para arrematar novos projetos pois estão com um volume que considera interessante e de qualidade para os parâmetros que a empresa exige em termos de rentabilidade. “Não venderemos nenhum novo projeto”, avisou.

Os projetos no portfólio estão em obras e deixam a empresa com atividade de construção até 2026.